EDUCAÇÃO PARA A PAZ
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Pitágoras já dizia, há 2.500 anos: "Eduquem as crianças de hoje e não será preciso castigar os homens de amanhã." Porém, a ação de educar não se vingou, a partir de Pitágoras, até hoje. No nosso mundo atual, pseudo-evoluído, as preocupações econômicas e financeiras absorveram completamente os 3% de inteligência da raça humana, tanto dos que governam o país quanto dos que são governados. Na escola convencional de qualquer grau só se trata da instrução e da adestração. Esqueceu-se por completo da Maiêutica Socrática, geratriz da verdadeira educação.
Uma verdadeira educação deve-se fazer presente na escola, em todos os momentos, principalmente no ensino fundamental, que é o alicerce formativo; esta deve ser completamente desarticulada da questão econômica e voltada para os valores éticos .
Quem forma o caráter de um indivíduo que, por sua vez, vai compor a sociedade, é a educação que ele recebe quando ainda é criança ou jovem. O destino das criaturas humanas que compõem a sociedade está em conexão com os princípios educacionais que lhes foram inculcados na infância e na adolescência. Daí, pode-se dizer que a horrorosa violência, que ronda os quatro cantos do mundo, possui suas raízes no fracasso dos sistemas educacionais. A famigerada violência, crescente em suas múltiplas formas, nos dias de hoje, está estritamente relacionada à inegável falta da educação, no sentido real da palavra.
Como o povo, tanto o rico como o pobre, não auto-educou-se, ao longo da existência humana, hoje a sociedade é um caos. Segurança, na atualidade, é questão de vida ou de morte. Porque a violência atinge a todas as pessoas de qualquer nível social. Ninguém é feliz, ninguém tem paz! O desespero e o medo atingem a todos. Pois, ninguém tem tranqüilidade nas ruas, em casa, nos campos de futebol, nas praças de esportes, no aglomerados de pessoas, nos templos, nos carros, nos ônibus, nos aviões, dentro ou fora da cidade.... Todo mundo vive desassossegado, de dia e de noite, a qualquer hora. É uma situação caótica, deplorável, a que chegou o ser humano !
A violência representou o fracasso da sociedade em seu processo de humanização. Esta violência criou um quadro imbatível, imprevisível e absurdo, com os assaltos a bancos, à residências e a estabelecimentos comerciais; como se verificam freqüentemente nos dias de hoje no meio social, o que por si só comprovam a veracidade dos fatos. A população vive atemorizada com os assaltos às pessoas, nas cidades e nos campo, como mostra os noticiários de violência de todo tipo, agressões e crimes, que já tomam a maior parte da televisão, do rádio, dos jornais, das revistas, etc.
A raça humana tornou-se vítima de si mesma e está num beco sem saída! Ao sair à noite pelas ruas, à pé, é agir imprudentemente; pois é grande a possibilidade de ser assaltado aí. Ficar em casa também corre o mesmo risco. As estatísticas dos crimes contra a ecologia, contra às pessoas, o vandalismo, o bandidismo, a corrupção, a sodomia, a depravação e a degeneração humana, crescem assustadoramente todos os dias. Isto está nos noticiários, nas páginas dos jornais e é do conhecimento de todos. É a realidade atual do nosso COSMOS que virou CAOS.
As medidas que os governos vem adotando não têm conseguido resolver os problemas e nem remediá-los. Porque qualquer solução, do processo de violência crescente, passa pela transformação da sociedade através da educação. Mas, como não há educação para transformar a massa social, a questão da violência fica insolúvel.
Jogamos a culpa nos políticos, nos governos, pela violência descomedida; mas quem é o governo? Nada mais é do que o expoente que sai de uma base (a sociedade). Se a base é suja, é corrupta, é violenta, etc., produz, conseqüentemente, expoentes sujos. Se não há transformação, através da educação da base, o expoente sai sujo e deplorável, ainda que sua aparência externa seja revestida de uma pseudo-beleza.
Como transformar base suja em expoentes limpos, se esqueceu-se completamente do papel da educação? Expoente, não transformado pelo filtro da educação, reproduz com fidelidade a base impura. Se não se coloca a escola como filtro transformador de bases sujas em expoentes limpos, a superação da violência múltipla, dessa verdadeira calamidade pública, que tanto infelicita os países, não encontrará solução no nosso mundo.
Uma educação eficaz certamente seria uma grande força para transformação das bases sujas em expoentes limpos e imaculados; o que resultaria na diminuição da violência. É irrefutável que a prática da educação para a modificação do caráter do cidadão, propicia-lhe insumos para uma vida equilibrada na sociedade. Uma educação verdadeiramente formativa, transforma bases sujas em expoentes limpos. Da mesma maneira que se formam os políticos, se formam os médicos, os dentistas, os engenheiros, etc.
O sistema escolar convencional que ai está é um fracasso total, enquanto agente transformador da massa social; porque este só ousa instruir, adestrar, segundo o modelo econômico vigente, para as coisas materiais, o que é muito pouco no caminho da transformação. Porque é preciso educar os jovens, inculcando-lhes princípios morais e éticos, norteadores de suas vidas; dirigindo-os para o espírito de cooperação mútua, ao invés da competição egocêntrica que lhes é imposta pelo sistema escolar adestrativo.
A violência, a indisciplina e a desordem caótica, são frutos da sub-educação, da permissividade dos pais, da despersonalização da culpabilidade, etc. Os pais e a escola, ausentes, têm produzido cidadãos delinqüentes; uma legião de seres desajustados, esquizofrênicos, irresponsáveis, etc. É preciso que os governos e a sociedade em geral acredite no que Pitágoras disse há cerca de 2.000 anos a respeito da educação: "Educar as crianças de hoje, para não ser preciso castigar os homens de amanhã." Porque os jovens não nascem delinqüentes. Os germes da delinqüência, que residem em sua psique, ao invés de serem germinados por falta de educação, como geralmente ocorre, podem ser transformados pelo filtro da mesma. Porque todos são educáveis, sem distinção de raça, sexo, cor, classe social e de faixa etária. Basta, para que isso ocorra, que haja priorização da educação, como meio de elevação dos parâmetros éticos do ente social. Tratem-se de fazer a educação na escola, nos meios de comunicação, nos sindicatos, na família, etc., que os resultados serão altamente positivos.
Nunca se viu tanta violência, urbana e no campo, no Brasil e em outros países, o que se tem constituído em verdadeira guerras civis disfarçadas. Isto é o resultado da ausência de educação para formação moral, espiritual e ética do ente humano. Desta maneira este não logrou avançar na escala de valores da seidade interna; o que se agravou com a falta da noção de cidadania, espelhada na repetência e na evasão escolar, no fracasso escolar, no desemprego maciço, nos salários irrisórios, etc.; frutos da injustiça social, propiciados pelo monstro do capitalismo. Para dar fim a este estado de coisas, é preciso investimento no social, na criança, no homem, educando-os, formando-os com valores morais, espirituais e éticos. A experiência demonstra que investir no cidadão, na criança, é o melhor caminho para se controlar a violência. Então, é preciso que a sociedade comunitária e o governo como um todo trabalhem conjuntamente, para combater as drogas, vetor da violência, para reduzir a miséria, para retirar os sem-nada da rua e dá-los abrigo e assistência condizentes com a dignidade do ente humano.
É necessário montar um sistema embasado nos valores educacionais; onde o aluno deve ser levado a conhecer a verdade, acerca de todas as coisas e de si mesmo. Então, a escola deve informar ao aluno que a violência tem origem no ego; que este quem engendrou o modelo econômico que ai está, para propiciar uma distribuição injusta de renda. Ego, que por sua vez, dá origem à miséria, ao desemprego, à favelação dos sem-nada e à violência em geral. Também deve ser ensinado que, por outro lado, o modelo econômico vigente, na forma de capitalismo voraz, na sua etapa apocalíptica, e que é o grande responsável pelo desequilíbrio social, tem sua origem na hipertrofiação do ego.
Portanto, se desintegrarmos este ente gerador de defeitos, por meio de uma didática concreta, que nos ensine o caminho da revolução da consciência, a transformação do homem será um evento certo; que por sua vez demandará a transformação da sociedade e do modelo econômico desumano que ai está ,etc. Então, a miséria, a injustiça social, a violência, etc., serão erradicadas, como conseqüência direta da transformação da humanidade. Desta forma, estaremos combatendo estes males, vetores da violência generalizada, onde eles nascem, nas causas, ao erradicar do interior de cada estudante os eus da ambição descomedida.
Esta mudança é radical e representa a última esperança para o homem telúrico. Por este motivo ,a educação genuína do ente humano não poderá estar atrelada ao modelo econômico. Não se pode fazer um projeto de educação do ente humano, atrelado ao modelo, como se fez até hoje. Temos que conectar a educação do homem a valores virtuosos da essência: éticos, espirituais, morais, etc. Porque se o educando permear-se destes valores, a transformação da sociedade estará garantida; pois que este é o meio mais eficaz de se combater a violência generalizada, na causa. Mas, do combate da violência no efeito, sem a transformação da sociedade pelo filtro escolar que transforme defeitos em virtudes, nada resultará.
Porém, se o ente humano for transformado pelo filtro da educação, dialeticamente à luz da ética, se tornará em uma poderosa força motriz agente de todas as outras transformações que virão em decorrência.
Considera-se como educação para erradicação da violência, aquela que se veicula ao estudante para o alongamento de sua inteligência, para ampliar a sua compreensão e revolucionar a sua consciência; levando-o a conhecer-se a si mesmo, por intermédio de técnica da auto-observação; prática que permite-lhe visualizar os elementos psicológicos atuando na construção dos defeitos e da violência generalizada, o que tanto infelicita os povos da nossa sociedade. Os sistemas de ensino, ao elaborarem os seus projeto educacionais, devem ter como objetivo o sucesso do homem, da escola e da sociedade. E nenhum sucesso econômico, tecnológico, material. etc., compensa o fracasso da massa social, aqui no Planeta terra. E, todos nós sabemos que este fracasso vem na forma de globalização econômica, destruição familiar, desemprego, trabalho infantil, fome, injusta distribuição de renda, ausência de política concreta de reforma agrária, imoralidade generalizada, perdas de parâmetros éticos da sociedade, mortalidade infantil, epidemias, discriminação social e racial, torturas, guerras entre os povos, agressividade, drogas nas escolas , pichação, depredação escolar, criminalidade exacerbada e violência geral; coisas que exterminam a raça humana e põem fim à espécie Homo sapiens, no Planeta Terra.
É preciso levar em conta, ao planejar o ensino, a perda de parâmetros éticos do ente social, em quase todos os setores da vida. Nossa sociedade evolucionou tecnologicamente, sem que houvesse expansão da sua consciência. Daí perdeu-se os referenciais éticos, na família, nos aglomerados sociais, na política, na televisão, no rádio, na dança, na música, na Internet, nos esportes, nas escolas, no comércio, nos serviços públicos, etc. Devido ao hipertrofiamento do ego, levar vantagem em tudo é a lei do homem atual, torpe e egoísta em sua totalidade.Fonte: http://www.evirt.com.br/desafio/cap14.htm