Atendimentos Integrativos no CEMAPE


RELATÓRIO DE ATENDIMENTO INDIVIDUALIZADO COM MOVIMENTO DO CORPO, EMOÇÃO E COGNITIVO

Profissional da Educação: Roberly Freitas Vaz

A terapia de Movimento Corpo, Emoção e Cognitivo é algo novo no atendimento de pessoas para melhorar seu estado de humor, assim como, diminuir a intensidade de pensamentos e crenças negativas, emoções tóxicas e tensão físicas oriundas de problemas psicológicos. Essa técnica tem bases na Terapia Cognitivo Comportamental, EMDR, neurociências e neurobiologia. O referido profissional que utiliza essa técnica tem formação e experiência na área. Estão sendo atendidas 3 profissionais da educação no CEMAPE com a utilização dessas técnicas. Inicialmente com o caso de N que chegou aqui sentindo dificuldades emocionais, como insegurança, medo, ansiedade e fisicamente, dores no corpo. Após a aplicação inicial da técnica houve um alívio no desconforto emocional e físico. Então N melhorou seu estado de ânimo e a segunda sessão foi marcada. Na segunda sessão N retornou com algumas reclamações informando que estava se sentindo melhor, mas ainda insegura, estressada, ansiosa. Foi aplicada as técnicas e a servidora se sentiu melhor. Apresentou crenças e pensamentos positivos. Está mais segura e mais resoluta. O segundo caso, foi T, homem de 40 anos, em licença médica, com conflitos familiares que o tornou deprimido, ansioso e tenso. Na primeira sessão apresentou todo seu histórico e ficou marcado a sessão de aplicação das técnicas inerentes para a próxima semana. Após alguns minutos de aplicação sentiu que as dores tensionais desapareceram, começou a perceber crenças e pensamentos positivos. Na segunda sessão foi adiada devido a um problema intestinal. Na outra sessão, relatou estar bem, consegue enfrentar melhor as situações e não fica obcecado por pensamentos negativos. Aplicamos novamente a técnica e marcamos seu retorno no qual compareceu. Nesse encontro, relatou que estava ávido para enfrentar situações desesperadoras e não ter recaídas. Trabalhamos pontualmente questões relacionadas a imagens familiares. Em pouco tempo se sentiu melhor. Apresentando pensamentos positivos, relaxamento físico e coragem para enfrentar problemas. O profissional da educação D foi indicado para fazer o atendimento com essas técnicas devido sua solicitação. Um dos seus problemas é a adicção. No entanto, isso está sob controle, mas não consegue equilibrar-se frente aos alunos. Quando chega à escola sente náuseas, diarreia e ansiedade. Na primeira sessão foi realizada a escuta atenta pelo profissional para levantar seu histórico de vida e das memórias positivas. Na segunda sessão aplicamos as técnicas, o mesmo após a aplicação sentiu-se mais calmo e relaxado. Mostrou-se solícito aos atendimentos e remarcou as sessões.

1.2.1. PROJETO DE ATENDIMENTO MOVIMENTO CORPO, EMOÇÃO E COGNIÇÃO (MCEC)
RESPONSÁVEL: Profissional PE II – Roberly Freitas Vaz

JUSTIFICATIVA

O presente projeto tem como finalidade possibilitar a implantação dessa terapia como prática integrativa para favorecer a harmonização e equilíbrio ao profissional da educação no seu ambiente de trabalho e domiciliar. O conjunto de técnicas que serão aplicadas são derivadas dos conhecimentos e estimulações neuronais dos hemisférios cerebrais, que tem bases na Terapia Cognitivo Comportamental, EMDR, Neurociências e Neurobiologia tem sido apontadas pela OMS como sendo de grande resolutividade em conflitos internos levando ao atendido recuperar-se em menor tempo. Casos relacionados ao estresse causado por catástrofes tem tido resultados animadores. E também como prática terápica.
Essa prática terapêutica tem sintonia com os princípios da Gerência de Saúde e Segurança do Trabalho da SME/GERSAU/EPAZ/CEMAPE porque favorece a criação da crença positiva no atendido de que é possível mudar. É possível melhorar. Ter habilidades de enfrentamento sem ter o ônus do desgaste emocional, físico e cognitivo. É possível deixar de ser o problema para ser a solução. Ser a sustentação da paz no conflito. Propicia o fechamento dos acontecimentos e com isso possibilita abrir novos caminhos. Novas sinapses positivas. O profissional estará mais adultecido e menos adoecido, concomitante ao seu estado de humor terá produtividade.
Na educação, no que diz respeito aos ambientes de trabalho, tem sido demonstrado através de pesquisas, informações de médicos e de psicólogos, o estresse é causador de adoecimento do profissional de educação, tanto dos administrativos, quanto dos professores e da equipe diretiva. O estresse tem sido apontado como um estado patológico causador da diminuição da qualidade de vida, queda no rendimento profissional, afastamentos para tratamento, além de outros males a saúde do trabalhador em educação.
Jbeili (2016 p. 5-10) discute que , a priori, em seu estado inicial o estresse pode ser controlado mais facilmente. No entanto, com o neglicenciamento de seu tratamento, poderá culminar em problemas de saúde mais graves, como a síndrome de burnout, depressões, hipertensões, problemas gástricos, entre outros casos de patologias físicas e psicológicas.
Burnout, termo de origem inglesa, composta por duas palavras: Burn que significa “queimar” e Out que quer dizer “fora”, “exterior”. Em tradução literal significa “queimar para fora” ou “consumirse de dentro para fora”, podendo ser melhor compreendido como “combustão completa” que se inicia com os aspectos psicológicos e culmina em problemas.
Jbeili(2016) afirma que os sinais e sintomas nos estágios iniciais da burnout são praticamente os mesmos do estresse e da depressão, mas ainda não está caracterizada a síndrome. Isso acontece nos estágios mais avançado da doença, apresentando características próprias que a diferencia de outras doenças psicossomáticas, tais como o estresse e a depressão. A divisão dos sinais e sintomas em quatro estágios facilita o entendimento da evolução da doença.
1º estágio:
Não quer ir ao trabalho,
Desânimo gradual,
Surgem dores genéricas e imprecisas nas costas e na região do pescoço e coluna,
Sintomas não muito específicos e de difícil compreensão.
2º estágio:
Dificuldades nas relações interpessoais com colegas que ficam tensas.
. Mania persecutória,
As faltas começam a ficar frequentes e as licenças médicas são recorrentes,
Não quer participar de decisões do grupo.
3º estágio:
As habilidades e capacidades ficam comprometidas,
Os erros operacionais são mais frequentes,
Dificuldade em lembrar de fatos e atenção fica flutuante,
Doenças psicossomáticas como alergia e picos de pressão arterial começam a surgir e a automedicação é observada,
Alcoolismo na busca do prazer,
Despersonalização, ou seja, a pessoa fica indiferente em suas relações de trabalho culminando em cinismo e sarcasmo.
4º estágio:
Observa-se alcoolismo,
Uso recorrente de drogas lícitas e ilícitas,
Enfatizam-se os pensamentos de autodestruição e suicídio,
A prática laboral fica comprometida e o afastamento do trabalho é inevitável.
Carlotto (2016) em uma pesquisa, com uma amostra que se constituiu de 881 professores que exercem atividade docente em oito escolas públicas e seis escolas privadas de médio porte localizadas na zona urbana de três cidades localizadas na região metropolitana de Porto Alegre – RS, demostrou resultados que favorecem o estudo do estresse e suas consequências. Todas escolas podem ser caracterizadas como de médio porte, possuem os três níveis de ensino e tem em média de 35 a 68 professores por unidade de ensino. Tem em média de 600 a 800 alunos matriculados por instituição de ensino. Foram excluídos os professores que exerciam somente atividades administrativas e os que estavam na instituição há menos de seis meses. Os professores investigados, em sua maioria, são mulheres (54,1%), casados (54,8%), possuem filhos (75,6%) e apresentam idade média de 32,2 anos. Possuem em média 11,5 anos de experiência profissional, trabalham em média 30 horas. Atendem em média 104 alunos diariamente no turno de 4 horas. Quanto ao tipo de escola, 60,8% de professores atuam a maior parte de sua carga horária em escola pública e 39,2% em escola privada.
Carlotto (2016), ainda aponta resultados, que nos profissionais adoecidos verificou-se, em termos de prevalência, com percentual mais alto, uma baixa realização profissional e despersonalização. Os resultados obtidos evidenciam que quanto maior a idade do profissional fica evidente o sentimento de distanciamento e menor realização profissional em relação ao trabalho executado. O elevado número de alunos atendidos aumenta o desgaste emocional, distanciamento e diminui o sentimento de realização profissional. Mulheres apresentam maior exaustão emocional na realização do trabalho enquanto homens apresentam maior despersonalização. Professores com filhos apresentam situação predisponente para o estresse e burnout. Os que atuam em escolas públicas apresentam maior desgaste emocional, maior despersonalização e menor realização profissional. A pesquisa indica a situação do profissional de educação em relação ao estresse que pode desencadear situações mais agravantes.
Diante a tal pesquisa, a finalidade desse recurso terapêutico seria atuar na prevenção dos agravantes do estresse e burnout, além de proporcionar o alívio que antes era impossível por razões de conflitos inerentes ao trabalho, de sala de aula e das relações interpessoais e profissionais dentro do âmbito da escola.
O atendimento com essas técnicas favorecem a integração entre os hemisférios cerebrais provocando o alívio dos sintomas apresentados pelo profissional com estresse ou burnout. Nessa terapia, pode se focar nos sintomas emocionais, cognitivos e físicos, caso o sintoma corporal demanda de uma tensão psicossomática. neutraliza Com a utilização das técnicas, conhecimentos das Neurociências, da Neurobiologia, do EMDR e da Terapia Cognitivo Comportamental é possível interferir para aliviar desordens provocadas pelo estresse.
Especificamente, Carvalho (2016 p.01) fala da importância do EMDR para alguns problemas relacionados ao estresse e burnout. E aponta quais seriam as desordens mais tratáveis. TEPT –Traumas de estresse pós-traumático, como aqueles resultantes de abusos sexuais ou estupros, assaltos, violência, sequela de guerra e de desastres naturais, mortes traumáticas, etc. Fobias e desordem de pânico - Associados a origem traumática. Atualmente já se utiliza essas técnicas utilizadas para o manejo de dor crônica e também, já que sabemos que a dor física tem muitos componentes emocionais, especialmente com doenças psicossomáticas (enxaquecas, dores de coluna, fibromialgia, etc.) oriundos do estresse e do burnout. desordens de natureza autoimune (lupus, tireoidite de Hashimoto, artrite reumatóide, etc.). Se uma pessoa tem um alto nível de dor, sua qualidade de vida cai muito. Depressão. há aspectos da perda e do estresse que podem levar a depressões mais severas. As técnicas utilizadas ajudam a sanar muitos aspectos dolorosos de perdas e mortes, e pode prevenir o desenvolvimento de quadros patológicos de lutos mal resolvidos. Instalação de recursos positivos. As técnicas utilizadas também pode ajudar a desenvolver e fortalecer recursos positivos que ajudam as pessoas a enfrentarem melhor suas situações de estresse. A terapia pode celebrar aquilo que dá certo na vida. Proporcionar habilidades para enfrentamento de situações conflitantes e diminuição do estresse.
Tais desordens provavelmente se agudizam quando se instala o estresse que desencadeia a síndrome de burnout.
Oferecer esse atendimento aos profissionais da educação pode garantir resolutividade dos problemas internos trazendo harmonização, e como uma prática integrativa possibilitará desfrutar também da produtividade.
O profissional que acompanhará o projeto de atendimento, Movimento, Corpo e Emoção (MCEC), é Roberly Freitas Vaz, PEII, que tem formação em Licenciatura Plena em Biologia, Psicopedagogia e Psicologia.
OBJETIVOS
- Atendimento através de prática integrativa aos profissionais da educação.
- Promover resolutividade de conflitos internos .
- Dessensibilizar crenças e imagens negativas.
- Criar condições de insights ou autodescobertas.
- Promover harmonização no ambiente de trabalho.
CRONOGRAMA
Horário
Matutino – Quarta-feira
7:00 – 7:50
1 º atendimento
7:50 – 8:40
2º atendimento
8:40 – 9:30
3º atendimento
9:30 - 10:20
4º atendimento
Horário
Quinta-feira - Vespertino
14:00 – 14:50
1º atendimento
14:50 - 15:40
2º atendimento
15:40 – 16:30
3° atendimento
16:30 – 17:20
4º atendimento
MATERIAL UTILIZADO
- Aparelho tátil de EMDR. Os estímulos táteis são mais fáceis de serem aplicados promovendo uma posição mais confortável ao atendido. No caso, diferencia-se ao princípio básico das técnicas que tem sua proposta inicial de tratamento utilizar estímulos visuais.
- Mesa, cadeiras
- Sala sigilosa.
AVALIAÇÃO
O presente projeto será avaliado através das mudanças comportamentais dos beneficiados em relação aos ambientes que frequentam e com a autoavaliação que serão realizadas aos finais e durante os atendimentos. E relatórios avaliativos escritos pelos atendidos após as sessões.
No sentido mais amplo, o EMDR procura aliviar o sofrimento humano e assistir aos indivíduos e à sociedade na realização integral de seu potencial para o desenvolvimento, minimizando os riscos de dano durante sua aplicação. Para o paciente, o propósito do tratamento com o EMDR é obter os mais profundos e eficazes efeitos no mais curto período de tempo, mantendo estabilidade dentro dos sistemas familiar e social.” Esly Carvalho, Supervisora do EMDR no Brasil.


REFERENCIAS
Carlotto, M.S. Síndrome de Burnout em professores: prevalência e fatores associados<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102>.Acesso em 09 de dezembro de 2016.
Carvalho, E. EMDR & Treinamento. Aplicações Práticas do EMDR<http://emdrtreinamento.com.br/tudo-sobre-emdr/aplicacoes-do-emdr/>. Acesso em 09 de dezembro de 2016.
Jbeili C. Cartilha do Simpro/RJ. Burnout em Professores. Identificação, Tratamento e Prevenção. <http://www.sinpro-rio.org.br/download/cartilhas/burnout.pdf>.Acesso em 09 de dezembro de 2016.

INTERVENÇÃO FOCAL BREVE COM AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE/ ATENDIMENTOS INTEGRATIVOS

1. INTERVENÇÃO FOCAL BREVE COM AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE/ ATENDIMENTOS INTEGRATIVOS (PORTARIA SME, 007/15)
RESPONSÁVEIS
Abadia Helenice Gonçalves Mota; Cleide Mocó Lima; Denise Alves da Costa Pires; Roberly Freitas Vaz
Genivalda Araujo Cravo dos Santos; Maíra Borges Adorno; Gleice Arruda de Melo
Meta Macro
Objetivos
Resultados a
Alcançar
Data
Como fazer/Logística
Sensibilizar a equipe de profissionais da EPAZ-CEMAPE da importância de receber diariamente, e/ou plantão, as PICs.
Articular os horários onde todos possam ter acesso às PICs.
Equilíbrio e promoção da saúde integral.
Todas as segundas feiras do ano de 2017 (Plantão) e diariamente.
Reforçar as informações sobre os benefícios das PICs.
Sensibilizar coordenadores das CREs e Gerências através da comprovação dos resultados positivos do Reiki
Divulgar os dados comprobatórios dos benefícios das Pics.
Aceitação e credibilidade das Pics.
1° semestre
Divulgação dos benefícios das Pics através de e-mails, mala direta, intranet, etc
Proporcionar o acesso às PICs num maior número possível de instituições da SME.
Visitas agendadas previamente às instituições e criar espaços condizentes para aplicação das PICs.
Equilíbrio e promoção da saúde integral.
Todo o ano de 2017.
Transporte da SME e material do Cemape (colchonetes, lençol descartável, aparelho de som, etc.)
Promover intercâmbio e troca de experiências entre os profissionais que realizaram o curso de Reiki I, II, III e Mestrado.
Realizar o III Encontro de Reikianos e Reikianas da SME Goiânia.
Maior integração e troca de experiências.
Outubro previsão
Organizar espaço adequado e material necessário.
Atender e acompanhar profissionais que tenham o diagnóstico de enfermidades, que nos forem encaminhados pela SME ou demandas expontaneas.
Atender no CEMAPE com as PICs; Sensibilizar os PE para receberem os procedimentos das técnicas das PICs nos locais de trabalho ou eventos na SME.
Melhoria do quadro de saúde do profissional de educação atendido e de seus colegas de trabalho.
Todo o ano de 2017.
Atender no CEMAPE e visita à instituição do servidor atendido.
Capacitar os profissionais de educação a cuidar de si através do curso de Reiki, EFT e outros.
Planejar e organizar cursos de Reiki, EFT e outros.
Aumentar o número de profissionais capacitados com o autocuidado.
15/04, 13/05 e 10/06 o Reiki e EFT o ano todo, segundo agendamento.
Organizar espaços condizentes com a ecoformação.
Divulgar os cursos da GERSAU nas instituições de educação.
Enviar CI para as instituições com os cursos ofertados pela GERSAU.

Que todos da RME tenham conhecimento dos cursos da GERSAU.
Jan/Fev 2017
Fazer divulgação através de e-mail, CI, mala direta, blog e facebook.
Participar do atendimento da CMCCP.
Atender com as PICs as instituições que solicitarem a intervenção da CMCCP.
Proporcionar momentos de qualidade de vida com as Pics.
Todo o ano de
2017
Visitas às instituições que solicitarem intervenção ca CMCCP.
Capacitar os reikianos e reikianas de nível III com o curso de mestrado em Reiki.
Planejar e organizar o curso de mestrado em Reiki.
Capacitar os reikianos(as) da SME a iniciar novos reikianos(as).
A definir
Organizar espaço adequado e material necessário.
Acompanhar as Instituições onde houver um número elevado de adoecimento, com retorno das Pics, de acordo com a necessidade.
Dar condições de melhoria no quadro de adoecimentos dos PE das Instituições.
Diminuir o estresse e o adoecimento no ambiente de trabalho.
A definir
Transporte da SME e material do CEMAPE (colchonetes, lençol descartável, aparelho de som, etc.)
PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PIC'S)/ ATENDIMENTOS INTEGRATIVOS

Relatório de atuação com as Pics 2014/2016
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs) são recursos terapêuticos que atuam no campo da prevenção de doenças, na recuperação e na promoção da saúde integral. Tem uma visão ampliada do processo saúde-doença e promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado. No CEMAPE atuamos com algumas destas PICs, tanto com atendimentos individuais como com a oferta de cursos livres, onde os profissionais de educação são capacitados a aplicar em si mesmos e em outras pessoas.
O Reiki é uma técnica de canalização de energia e imposição das mãos, com o objetivo de melhorar o bem estar e a qualidade de vida. A Estimulação Neural é uma técnica com o uso consciente das mãos nos centros vitais do corpo, localizados na cabeça e ao longo da coluna vertebral, com o objetivo de gerar saúde integral. Atua no equilíbrio do sistema nervoso, na depuração do sangue e fortalecimento dos centros vitais. A EFT (Técnica de Libertação Emocional) é uma técnica que utiliza conhecimentos da psicologia, da acupuntura e da cinesiologia aplicada e consiste no desbloqueio dos canais energéticos do corpo ou meridianos de acupuntura, enquanto o indivíduo se sintoniza em um problema emocional ou físico. A auriculoterapia é a acupuntura auricular. Os atendimentos com estas técnicas vem aumentando desde o final do ano passado, conforme mais profissionais da educação tomam conhecimento de que os tem à sua disposição.
A Política Articulada de Educação para a Paz - EPAZ iniciou o trabalho com as PICs no ano de 2014, promovendo os cursos de Reiki nível 1, nível 2 e nível 3 para os servidores da Secretaria Municipal de Educação onde tivemos um total de 39 cursistas, em três turnos.
Constatamos, através de relatos, as melhoras físicas e emocionais dos novos reikianos e percebemos que em 2014 foram significativos os benefícios conquistados. Para o ano de 2015 abrimos novas turmas de Reiki onde iniciamos mais um coletivo de profissionais da educação, com a presença total de 76 novos cursistas nos três turnos. Muitos deles vieram com relatos do que aquelas primeiras sementes plantadas em 2014 (reikianos iniciados em 2014) estavam proporcionando ao coletivo que trabalhavam nas escolas e departamentos da Secretaria Municipal de Educação. Diante da grande quantidade de novas adesões percebemos que o caminho estava certo e que deveríamos continuar a trajetória dentro desta perspectiva de saúde integral e qualidade de vida do servidor.
Sempre ao iniciar os cursos de Reiki, desde sua primeira edição, reservamos o espaço de socialização de experiência e nestes momentos ficavam evidentes as transformações de estilo de vida, das emoções, da saúde física, dos hábitos alimentares e a disposição para o trabalho. O Reiki foi um divisor de águas na vida de vários profissionais da educação na Secretaria Municipal de Educação e Esporte de Goiânia.
No ano de 2016 após ter um total de 70 reikianos nível 3 formados pela Secretaria Municipal de Educação e Esporte, no mês de Abril/2016 ofertamos o primeiro Mestrado em Reiki Usui Tibetano e Karuna. Nesta edição do mestrado formamos 22 novos Mestres em Reiki e estes passaram a ser voluntários nos cursos seguintes de Reiki nos níveis 1, 2 e 3. Ainda em 2016, no mês de setembro, ofertamos um novo curso para mestres com a formação de mais 26 mestres em Reiki Usui Tibetano e Karuna. Hoje totalizamos 48 mestres em Reiki iniciados pela SME.
No ano de 2016 também ofertamos o curso de EFT (Técnica de Libertação Emocional) para uma média de 144 profissionais e de Auriculoterapia com uma média de 32 profissionais.
Com a difusão das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde na história da SME, construída desde 2014, neste ano de 2016 na Jornada Pedagógica SME realizada em janeiro com auxílio de reikianos voluntários (ex cursistas) tivemos um total de 261 atendimentos com Reiki e 132 com Estimulação Neural. Após a experiência da Jornada a equipe do CEMAPE passou a estar presente em todos os eventos da SME com as PICs Itinerante levando saúde e bem-estar para seminários, palestras, simpósios, datas comemorativas (dia da Mulher), dentre outros. O trabalho culminou nas PICs Itinerante nas escolas Municipais da SME, uma forma que encontramos de ir até o profissional da educação em seu local de trabalho. Ao abrir esta possibilidade, várias escolas, de imediato aderiram ao projeto por já conhecer os benefícios destas práticas e a história que aqui construímos.
Nos atendimentos com as PICs Itinerante percebemos que a maior queixa dos profissionais é a ansiedade, seguida de estresse, depressão, dores em geral, fibromialgia, insônia e refluxo. Nas instituições em que houve retorno com as PICs foi constatada uma melhora nas relações interpessoais, assim como no estado de adoecimento, segundo relato dos profissionais atendidos. Gestores das unidades escolares (diretores e coordenadores) passaram a nos informar de mudanças significativas não apenas com aquele indivíduo que recebia as terapias, mas também em todo o ambiente escolar. Relatos onde afirmam “A escola mudou após a vinda de vocês!” são recorrentes por parte dos gestores.
No segundo semestre, além dos atendimentos com Estimulação Neural e Reiki, passamos a ofertar a prática de Auriculoterapia nas PICs Itinerante.
*A proposta das Pics itinerante é de levar as terapias até os profissionais de educação em seu local de trabalho, sem que precisem se deslocar, oportunizando a qualidade de vida , bem estar , paz e saúde à todos. As terapias são aplicadas nos locais de trabalho de forma organizada, sem atrapalhar o andamento das atividades escolares e/ou pedagógicas. Com horario pré agendado o profissional que aceita as terapias complementares as recebe em seu horário de intervalo, estudo, ou hora atividade de acordo com a sua disponibilidade.
s escolas que receberam as PICs mais de uma vez foram: E. M. Amélia Fernandes Martins, E.M.T.I. Marechal Ribas Júnior, E.M. Vicente Rodrigues do Prado, E.M. Zevera Vecci, E. M. Sebastião Arantes, E. M. José Alves Vila Nova , E. M. T. I. Jardim Novo Mundo e E.M. Lions Clube Goiânia Tocantins, E.M. Jalles Machado de Siqueira, E.M. Benedita Luiza da Silva de Miranda.
Total de Atendimentos Mensais Primeiro Semestre de 2016 - PICS
Mês
Reiki
Estimulação Neural
Total
Janeiro/16
261
132
393
Fevereiro/16
140
328
468
Março/16
138
177
315
Abril/16
171
197
368
Maio/16
172
219
391
Junho/16
158
215
373
Total geral
1.040
1.268
2.308

PROJETO PESQUISA-AÇÃO EM MEDIAÇÃO SISTÊMICA
Autora: Gleice Arruda de Melo
Apresentação
Diante da demanda das instituições da Secretaria Municipal de Educação e Esporte – SME de Goiânia, referente ao quadro de adoecimento dos seus profissionais, foi instituída a Comissão de Mediação de Conflito e Convivência Pacífica – CMCCP1, pela portaria da SME n° 40 de 14/08/2013, com atribuição de: Promover e incentivar a Educação da Paz nos locais de trabalho, assim como prevenir, mediar e estimular a convivência pacífica e saudável entre os profissionais da SME; Instituir, formar e acompanhar os Núcleos de Mediação de Conflito e Convivência Pacífica nas Coordenadorias Regionais de Educação e Instituições Educacionais, para o desenvolvimento de ações de mediação de conflito e os seus correlatos; Receber denúncias de suspeitas de conflitos interpessoais entre os profissionais da SME, estudantes e familiares; Acompanhar os casos que evidenciam problemas de relacionamentos interpessoais, assédio moral e outros conflitos nos locais de trabalho entre os profissionais da SME, de forma a prevenir, enfrentar e acompanhar os problemas interpessoais e buscar resolutividade nos casos; Estabelecer os procedimentos e protocolos padrões nos casos denunciados ou suspeitos, assim como estabelecer o acompanhamento do processo de mediação e caso as partes não aceitem a conciliação encaminhar para os órgãos competentes e devidas providências, de forma imparcial, sigilosa e ética; Implementar as ferramentas, instrumentos e metodologia de mediação de conflito e resolutividade pacífica para casos de conflitos com violência ou não, por segmento, nos ambientes de trabalho e ainda desenvolver ações por meio das ferramentas da mediação de conflito para acompanhar o desenvolvimento dos Projetos Políticos Pedagógicos das instituições da SME; Participar da formação continuada em Mediação de Conflito, Justiça Restaurativa e Resolutividade Pacífica.
A experiência das ações desenvolvidas desde a implantação da Política de Educação da Paz (EPAZ) revelou que a complexidade do adoecimento e conflitos vivenciados nas instituições da SME exigiam não só a contextualização das técnicas aplicadas na mediação de conflitos utilizadas no judiciário, mas também ampliar tais ferramentas para que a atuação da CMCCP fosse cada vez mais eficaz em sua atuação. Nesse sentido nasceu o Projeto de Pesquisa-Ação em Mediação Sistêmica (PPMS), uma técnica a mais na mediação de conflitos capaz de trazer a tona imagens da dinâmica do conflito, um olhar para além do que está posto, que se estende ao sistema e sua influência no sujeito.
O sistema do século XXI tem mostrado importantes modificações no dia a dia das pessoas, o que de certa forma tem afetado os relacionamentos, a saúde do homem e a do planeta. Do ponto de vista do Pensamento Sistêmico e da Teoria de Sistemas, essas mudanças se devem porque o sistema é formado por partes interdependentes cuja organização abstrata dos fenômenos, das relações e das interações entre elas formam o todo, que deve ser visto e estudado em suas interconexões. (Capra 1996).
O biólogo Bertalanffy foi pioneiro no Pensamento Sistêmico, posteriormente fortalecido na década de 20 como Teoria Sistêmica com a concepção dos organismos vivos como totalidades integradas, assim como pela psicologia e a física quântica para a qual o todo determina o comportamento das partes no que diz respeito ao átomo e as partículas subatômicas. Nas décadas de 40, 50 e 60 a cibernética, a engenharia e a administração exploraram as concepções sistêmicas na resolução prática dos problemas, originando as novas disciplinas da engenharia e análise de sistemas e da administração sistêmica.
Na Teoria Sistêmica a ciência é uma rede de concepções na qual cada parte é tão fundamental quanto qualquer outra, nesse pensamento de rede o universo é como uma teia na qual seres vivos e o meio ambiente, portanto tudo está conectado, inter-relacionado, coexistindo e nada sobrevive fora dessa teia que se mantém com a troca e a retroalimentação (Chew, 1970). A linguagem sistêmica é relacional, processual, dialógica, ecológica troca e realimentação. Onde quer que encontremos sistemas vivos – organismos, partes de organismos ou comunidades de organismos – podemos observar que seus componentes estão arranjados à maneira de rede. Sempre que olhamos para a vida, olhamos para redes. (CAPRA, 1996, p.77-78) Portanto, há uma relação entre todos os elementos vivos.
Na educação não é diferente, porém a realidade aceita, se objetiva apenas no plano científico, separando 10161 tudo o que existe do plano subjetivo, do conhecimento como fruto da criatividade, rejeitando características inerentes a cada ser humano, colocando, muitas vezes, numa espécie de dicotomia o humano e o natural.
Todo ser vivo é autônomo, o que não significa que seja isolado, pelo contrário, interage com o meio por intermédio de um intercâmbio contínuo de energia e de matéria. Essa interação não determina sua organização, o que dá à autopoiese um padrão subjacente ao fenômeno da auto-organização, ou autonomia. É pela interação com o meio ambiente que os organismos vivos se mantêm e se renovam continuamente, em que essa interação parte da energia e recursos extraídos do meio (a interação se dá no sentido cognitivo, ou seja, psicológico). A autocriação também é um fator que influi diretamente na capacidade de formar novas estruturas e novos padrões comportamentais.
Os processos auto-organizativos caracterizam-se por serem auto-referenciais (interagem com o meio, não deixando de ser autônomos – clausura operacional), têm flexibilidade estrutural (adaptáveis) e são homeostáticos (intencionais, porém não conscientes). A autopoiese, ou ‘autocriação’, é um padrão de rede no qual a função de cada componente consiste em participar da produção ou da transformação dos outros componentes da rede. Dessa maneira, a rede cria a si mesma. Ela é produzida pelos componentes que, por sua vez, produz esses componentes. (Capra, 1996, p.136)
É importante lembrar, que é por meio da reflexão que o ser humano desenvolve a capacidade de crítica, consolidando seus aspectos de humanização, reconstruindo sua visão de mundo. No âmbito educacional, a reflexão do professor sobre sua prática passa a ser uma atitude que poderá viabilizar momentos de mudança significativa em sua vida, em seu relacionamento com o aluno, com os demais professores e consigo mesmo, justificando assim a implantação do Projeto de Pesquisa-Ação em Mediação Sistêmica (PPMS) na CMCCP, pois cada ser humano está inserido e pertence a diferentes grupos e em cada um deles age conforme a consciência grupal (Hellinger, 2005). Nesse sentido cada profissional que adentra os espaços escolares traz consigo todas as crenças, valores, emoções e sentimentos aprendidos e vivenciados em seu núcleo familiar, seu primeiro e permanente grupo, portanto o que tem maior força e influência sobre ele e seu trabalho.
O profundo envolvimento e amor que o ser humano tem com o seu sistema familiar muitas vezes é inconsciente e permeado por emaranhamentos resultado pela exclusão de algum membro da família, desordem na hierarquia, desequilíbrio no dar e receber, expiação de culpa, por compartilhar algum destino pesado de algum membro familiar e/ou pela recusa em tomar os pais. Por isso o presente projeto tem o objetivo de possibilitar a todos os envolvidos no processo educativo, um olhar sistêmico aos conflitos que surgem nos diferentes âmbitos da instituição tanto os internos como os externos.
A técnica da constelação tem sido usada no âmbito do direito com a expressão “direito sistêmico” que surgiu da análise do direito sob uma ótica baseada nas ordens superiores que regem as relações humanas, segundo a ciência das constelações familiares sistêmicas desenvolvida pelo terapeuta e filósofo alemão Bert Hellinger (Sami Storch). A aplicação do direito sistêmico vem mostrando resultados impressionantes na minha prática judicante em diversas áreas, notadamente na obtenção de conciliações, mesmo em casos considerados difíceis, e também no tratamento de questões relativas à infância e juventude e à área criminal.
A abordagem sistêmica, segundo Hellinger, considera a existência de uma alma familiar que abrange todos os membros da família, que são profundamente vinculados entre si, de modo que o destino trágico de um pode afetar outros membros, inclusive com a tendência inconsciente de incorrer no mesmo destino, fazendo com que se repita a tragédia, geração após geração. Pessoas que tenham sido excluídas da família têm um peso ainda maior nesse sistema, que procura uma forma de honrar a pessoa excluída, fazendo-o através de um membro da geração posterior que, sem o saber, acaba seguindo destino semelhante. A partir da observação fenomenológica, Hellinger percebeu a presença de leis naturais que regem os sistemas familiares e que, quando são violadas, causam os tais emaranhamentos sistêmicos. A essas leis ele deu o nome de “ordens do amor”, que foram objeto de detalhamento minucioso em livro com esse mesmo nome, em que também tratou dos envolvimentos sistêmicos e suas soluções.1
O potencial das constelações como método de conciliação e resolução de conflitos é imenso, uma vez que estes surgem no meio de relacionamentos e, nas palavras de Bert Hellinger, “os relacionamentos tendem a ser orientados em direção a ordens ocultas. […] O uso desse método faz emergir novas possibilidades de entender o contexto dos conflitos e trazer soluções que causam alívio a todos os envolvidos”.
Referência Bibliográfica
Berger, Peter L.;Luckmann, Thomas. A Construção Social da Realidade. 30a edição, 7 Editora Vozes, Petrópolis, Rio de Janeiro, 2008.
Capra, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. SP: Cultrix, 1996.
Dreifuss, Rene Armand. A época das perplexidades, mundialização, globalização e planetarização – novos desafios. Petrópolis: Vozes, 1996.
Foucault, Michael. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
Freire, Paulo. Politica e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 1995.
____________, Pedagogia do oprimido. 20a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
____________, Pedagogia da Esperança: um encontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.
_____________,Educação como prática da liberdade. 17a. ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1986.
_____________,Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2009.
_____________, Educação e mudança. 28. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
_____________, Conscientização: teoria e prática da libertação uma introdução ao
pensamento de Paulo Freire. Sao Paulo: Cortez & Moraes, 1980.
Hellinger, Bert. Ordens do amor. Cultrix, São Paulo, 2001.
____________, in Franke-Bryson, Ursula, O rio nunca olha para trás. Conexão Sistêmica, São Paulo, 2013, p. 15.
Hobsbawm, Eric. Tempos interessantes: uma vida no seculo XX. Trad. S. Duarte. Sao Paulo: Companhia das Letras, 2002.
Japiassú, H; Marcondes, Maturama, Humberto; Varela, Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: PSY, 1995.
Lei no 9394, de 20 de dezembro de 1996 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Dario Oficial [da] Republica Federativa do Brasil, Brasil ia, 23 de dezembro de 1996.
Morin, Edgar. A cabeça bem-feita. 8 ed. Tradução Eloá Jacobina. RJ: Bertrand Brasil, 2003.
Vygotsky, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
____________ A Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes, 1991



1 Alterações: Portarias SME 041–10/10/2013; 033-27-04-2015 

Nenhum comentário:

Postar um comentário