Por uma cultura de paz
Como se faz para alcançar a paz? Antes da modernidade,
esta era uma questão mais individual que coletiva. Com a
modernidade e todos os avanços que se seguiram, como a expansão
do conhecimento e das tecnologias, o impulso da industrialização,
do capitalismo e da globalização, enfim, delineou-se um conjunto
de mudanças que levou a sociedade ocidental a caminhos complexos
e a ter uma preocupação não somente no plano individual, mas
prioritariamente no plano coletivo. O grupo, mais que o indivíduo,
passou a ser olhado com maior atenção.
Por outro lado, essas mudanças e transformações afetaram
as estruturas econômicas, políticas e, principalmente, as
socioculturais. A paz transformou-se em uma preocupação das
pessoas, porque cada um deve tomar para si essa responsabilidade,
e os estados e seus governantes passaram a encará-la de forma a
configurar se uma necessidade coletiva a ser construída em
parceria, numa busca incessante com a participação de todos.
Então teríamos a seguinte questão: como se faz a paz?
Considerando a sua construção como um objetivo político dos
governos democráticos, ela se faz por meio de políticas públicas
que busquem fortalecer a família, possibilitar o desenvolvimento
autônomo dos indivíduos e das comunidades, a igualdade, a
inclusão socioeconômica e o acesso aos direitos básicos de
cidadania, dentre eles o direito à educação, à saúde e ao lazer.
O desenvolvimento dessa visão e ações voltadas para a
promoção da paz podem se constituir através do interesse e
participação de cada indivíduo, de políticas, programas e projetos ou no apoio e incentivo às ações educativas do cotidiano, ricas e
criativas, que contribuam para a reflexão e o desenvolvimento de
práticas sociais voltadas para a construção e o fortalecimento da
paz entre os homens e mulheres na sociedade contemporânea.
A parceria com a UNESCO, nesta reedição sem custos da
cartilha “Paz como se Faz?”, cria a oportunidade de reforçar os
programas e projetos do Estado voltados para o apoio à juventude
e à construção da paz nas famílias e nas escolas de Aracaju,
oferecendo um material de extrema riqueza e criatividade como
reforço às reflexões e atividades desenvolvidas com e entre os
mais diversos grupos sociais que participam dos programas e
projetos estaduais.
No rastro das preocupações sociais frente à crescente
violência, o Estado assume a responsabilidade de não somente
implantar políticas de repressão, mas, fundamentalmente,
desenvolver programas de prevenção em busca de uma sociedade
mais harmônica, justa, democrática e pacífica.
Assim, procuramos junto à família e à escola reconstruir os
laços necessários para o fortalecimento de uma rede de
solidariedade, vencendo o desafio de reduzir a violência e ampliar
as práticas cotidianas de generosidade, compreensão, respeito à
vida e à diversidade cultural, de gênero, raça, sexo; e ainda
construção da autonomia e liberdade; democracia e participação;
igualdade e justiça. Dessa forma é possível entender a paz como
um esforço e um desafio que precisa converter-se em processo
permanente de construção coletiva para todos nós.
Fonte: http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001467/146767por.pdf
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